O Distrito Federal ocupa o coração do Cerrado. Em pouco menos de 6.000 Km2, abriga 2,8 milhões de habitantes, apresentando a maior densidade demográfica entre as 27 unidades da federação (IBGE, 2022). A construção de Brasília em 1960 resultou em uma imigração em massa nas décadas que se seguiram. Embora inicialmente planejada, a urbanização ocorreu de forma rápida e, especialmente nos últimos 40 anos, descontrolada. Essa urbanização ocorreu majoritariamente na ausência de infraestruturas e serviços urbanos básicos, resultando em situações de elevada vulnerabilidade socioclimática. A expansão desordenada também representou a supressão de áreas de vegetação nativa e ocupação de zonas de recarga de aquíferos e mananciais, criando ilhas urbanas de calor e afetando o fornecimento de serviços ecossistêmicos fundamentais na redução de riscos climáticos locais. Entender como os riscos climáticos e capacidades adaptativas se distribuem no território do DF e a sua relação com a vulnerabilidade socioeconômica da população das regiões administrativas é o foco desta frente de pesquisa.
Territórios Urbanos e Justiça Climática no DF
- Roda de conversa com atores institucionais do GDF sobre vulnerabilidade e adaptação climática no DF, novembro de 2023.
- Elaboração de um índice de vulnerabilidade socioeconômica para as Regiões Administrativas do DF.
- Produção de 32 cartogramas com a distribuição de áreas verdes por Região Administrativa do DF.
Territórios Rurais e Segurança Socioecológica na APA da Cafuringa
A APA da Cafuringa localiza-se na porção noroeste do DF e abrange uma área de 40 mil hectares. É caracterizada por seu relevo acidentado, marcado por afloramentos calcários, e áreas naturais preservadas, cachoeiras e cavernas, compondo uma paisagem de rara beleza cênica e potencial ecoturístico. A região foi ocupada durante o século XVIII pelas bandeiras em busca de ouro no Goiás, e abriga núcleos rurais históricos, datados de antes da construção de Brasília. É considerado a última fronteira verde do DF, tendo sido classificada no Zoneamento Ecológico-Econômico do DF (2019) dentro de zona prioritária para a produção de água, conservação da biodiversidade e uso econômico sustentável. Desde 2006, comunidades intencionais, de vários tipos, foram fundadas na região, especialmente na bacia do ribeirão da Água Doce, tendo em comum a premissa da regeneração e conservação do Cerrado. Entendidas como nichos de inovação de base, comunidades intencionais são laboratórios socioambientais de inovações tecnológicas e institucionais alinhadas ao desenvolvimento de territórios resilientes e sustentáveis.
- Mesa Redonda sobre a inserção de projetos de comunidades intencionais privados na transição para territórios resilientes, Semana do Meio Ambiente do CDS/UnB, junho 2023.
- A pesquisa iniciou em fevereiro de 2024 e ainda não possui resultados parciais.